segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Juiz de Fora, futebol e futuro

Quando cheguei em Juiz de Fora, início de 59, era comum um campo de futebol por bairro. Tinha o da Leopoldina, onde hoje é a sede da MRS, tinha o do Volante, hoje Museu de Arte Moderna, tinha o do Independência, hoje DER-MG, ali na Rui Barbosa, em Santa Terezinha. Era a época dos Festivais. Festival de Futebol. Todo domingo ou quase. Começava às oito da matina e se prolongava até o final da tarde. Os times mais ruinzinhos começavam cedo, os mais ou menos na metade do dia e encerrando, o time do bairro. O de Santa Terezinha era o Brasil Futebol Clube. Como o Salles de Oliveira está na rua Santa Terezinha, era comum um ou outro craque do Tupi enxertar o Brasil. Mas o Brasil tinha um bom time. Pedro e Binha no meio de campo. Zózimo, Tatão, Lubrina, Edinho e muitos outros.
O curso da Cândido Tostes, Técnico em Laticínios, era uma modalidade de pós ginasial. O vestibular, com provas escritas e orais, bem difícil. A escola abria as suas instalações, inclusive internato, todos os que fariam as provas ficavam lá alojados. No fim da tarde, sempre se organizava uma pelada no campinho da Escola, exatamente no local onde hoje está a Igreja de Santa Terezinha. O campo do Independência também pertencia à Escola.
O time de futebol da Cãndido Tostes, bem ruinzinho. Jogava cedo, mas jogava, afinal era o dono do campo. Um apanhado entre funcionários e professores. Pafuncio no gol, Pereirão na zaga, Prof. Furtado na lateral esquerda, Botelho centro avante, Didi, seu Lincoln, Prof. Juca Bomtempo, Afonso, mais tarde Marechal. Até o Délio, o becão do Tupinambás, chegaria a participar. Claro, alguns dos alunos eram convocados. Como janeiro é época de férias os estudantes regulares não se encontravam na Escola, convocava-se aqueles que estavam lá pra fazer o vestibular. As peladas serviam de teste. Naquele domingo de 59 sobrou pra mim, pro Halauí e pro Carlos César. O Halauí um ótimo meio de campo, físico avantajado, jogador do Ipiranga de Carangola. O Carlos César mais velocista que boleiro era de Além Paraíba. Eu, diretamente do Rink Esporte Club de Miracema. Demos um show e a Escola ganhou de 4 a 1. O prof. Juca fez dois gols em bolas enfiadas por mim, daquelas com açúcar.
Na segunda-feira prova oral de Matemática. No papel de examinador o prof. Jonas Bomtempo. Chamado, entrei na sala tremendo. Além do examinador, estavam lá o prof. Juca e o dr. Hobbes, o diretor de ensino. Ao responder as primeiras questões, olhei pro prof. Juca que sorriu e fez sinal de positivo. Fiquei calmo e no final dos exames acabei classificado em 2º lugar. Mas, naquele momento, o prof. ganhou um amigo e eu dei meu salto para o futuro.

Um comentário:

Anônimo disse...

Isso tá ficando bom, hein?